Poucos sabem, mas pelo período de 59 anos, São Mateus
pertenceu a Bahia. Para ser mais exato, o povoado que havia sido fundado dentro
das terras de Vasco Fernandes Coutinho, passou então a ser administrado pela
Capitania de Porto Seguro, após sua elevação à categoria de vila.
Historicamente, São Mateus sempre foi uma referência, quer
pela produção de farinha de mandioca ou pela sua vocação negreira, sempre
realizando intenso comércio com Porto Seguro. Sabe-se que por volta do século
XVIII, a coroa portuguesa possuía total informação de tudo o que ocorria na região
do Rio Cricaré. O povoado, já próspero, alcançou maior status com o advento da minas
de ouro na cabeceira do rio. Tal fato soou como atrativo nas demais regiões do
Brasil Colônia, atraindo para nossa região toda a sorte de aventureiros, em
especial os mineradores.
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O Marquês de pombal de plenos poderes para Thomé Couceiro de Abreu elevar o povoado do Cricaré à categoria de Vila. |
Nessa época a Capitania do Espírito Santo encontrava-se
sendo administrada diretamente pela coroa portuguesa e havia a necessidade de
delegar poderes a Povoação do Cricaré, afim de evitar que aventureiros subissem à cabeceira do rio atrás de ouro. Tendo isso em vista, Thomé Couceiro de Abreu, Ouvidor da
Capitania de Porto Seguro, possuindo plenos poderes, concedidos Pelo Marquês de
Pombal, elevou o povoado à categoria de vila, submetendo-o à sua capitania,
dando o mesmo nome que José de Anchieta havia dado no século XVI: Villa de Sam
Matheus.
O limite entre as capitanias de Porto Seguro e Espírito
Santo que anteriormente era o Rio Mucuri, passou então a ser delimitado pelo
Rio Cricaré. Esse fato ocorreu no ano de 1764, sendo que São Mateus ficou sob
jurisdição “baiana” até 10 de abril de 1823, quando por portaria da Secretaria
dos Negócios do Império a vila retornou ao Espírito Santo.
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