quarta-feira, 26 de setembro de 2012

A capital nacional da farinha


Com as descobertas de grandes minas de ouro e pedras preciosas no interior do Espírito Santo (onde hoje é Minas Gerais), e a subseqüente elevação da Povoação do Rio são Mateus à categoria de Vila, foi proibido que pessoas do litoral navegassem em direção às Minas pelo Rio Cricaré, para evitar o contrabando de ouro e o ataque de piratas.

O Espírito Santo foi usado como barreira para defender as minas dos piratas estrangeiros e contrabandistas. Por isso, os governantes apoiaram a ida de pessoas para São Mateus e o desenvolvimento da agricultura na pequena vila. Assim, ao redor de São Mateus, a mandioca começou a ser produzida em grande quantidade. A produção da farinha de mandioca deu tão certo que ela se tornou famosa em todo o Brasil, passando a ser vendida para todas as regiões como a melhor e mais saborosa farinha brasileira. Os navios chegavam carregados de produtos trazidos de outras regiões do Brasil e de outros países, e partiam com os porões carregados de farinha de mandioca. A farinha de São Mateus foi muito usada na região de Minas Gerais, no Rio de Janeiro, Salvador e até exportada para outros países do mundo.
A chegada de um navio ao Porto era muito
aguardada por toda a população

A farinha de mandioca foi tão importante para São Mateus que, em determinada época em que todo o Espírito Santo passava por muitas dificuldades, somente um local permanecia em crescimento e conseguindo grandes lucros: São Mateus. Em 1828, a província do Espírito Santo arrecadou 195 contos de réis em impostos, dos quais 120 foram da farinha mateense.

Um relatório do ano de 1862, do Presidente Costa Pereira, informa que nessa época haviam 250 fábricas  de farinha em São Mateus e outras 240 em Conceição da Barra. Mesmo com a introdução de outras culturas na região, a mandioca continuou sendo a principal fonte de renda até o início do século XX. 

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